quinta-feira, 2 de abril de 2020

      Equipe de Aspirantes do Sport Club do Recife. Estádio da Ilha do Retiro- Recife-Pernambuco -Brasil, 1970.
Formação da equipe, da esquerda para direita. Em pé: Batista- Marcos- Miranda - Lula Pereira- Milton e Adeildo. Agachados: Galeguinho- Icinho- Beto- Luís Carlos e Dunga. As duas crianças( mascotes da equipe) ,  são filhos de senhores diretores do Sport Club do Recife.

     O Campeonato de Aspirantes em 1970 era formado já com os atletas que se profissionalizaram. Era realizado após o término do Campeonato de Juvenis. À época, tinha ocorrido uma recente mudança na legislação esportiva. O limite de idade para atletas juvenis diminuiu, passou a ser 18 anos em lugar de 20 anos, como era antes estabelecido. Os Clubes de Futebol, através dos seus dirigentes, questionaram muito à CBD -Confederação Brasileira de Futebol- esta redução de idade para 18 anos. Isto porque, segundo eles, faziam investimentos por vários anos no atleta nas categorias de base, e poucos teriam condições de se tornarem profissionais com dezoito anos,  devido ainda estarem em formação física e também psicológica. Era necessário um período de amadurecimento maior do jovem atleta no clube, dentro da categoria de juvenis, no caso até os vinte anos, para um desenvolvimento completo de sua constituição física e emocional, após isto o aproveitaria para o profissional ou o dispensaria.  Dispensa prematura, do atleta com 18 anos,  podia ou perder-se um futuro bom profissional de futebol, até um craque, ou também se aproveitado, profissionalizando-o, e posteriormente lançado em uma partida de futebol profissional, e sem ainda estar emocionalmente preparado, vir a destruir uma carreira promissora. Isto devido a grande pressão psicológica, cobranças da torcida e críticas oriundas da impressa ou quaisquer outras que são comuns no futebol profissional antes, durante e depois de um jogo. 

         Desta equipe, Batista, Marcos, Miranda, Lula Pereira , Adeildo, Icinho , Beto e Dunga,  ficaram em Recife. Milton, zagueiro central. veio emprestado, por um ano, agosto de 1971 a agosto de 1972, para o Treze Futebol Clube de Campina Grande- Paraíba, onde disputou o Campeonato do Nordeste de 1971 e o Campeonato Paraibano de Futebol de 1972. Luís Carlos, meio campo, posteriormente veio a jogar no Campinense Club em Campina Grande. Lula Pereira, quarto-zagueiro, jogou alguns anos e após, seguiu a carreira como treinador de futebol de alguns clubes do Nordeste. Agradeço muito, pela excelente orientação, preparo, educação e disciplina, durante vários anos no Sport Club do Recife aos treinadores; os Senhores, Batista 1-Treinador das equipes do Infantil, Infanto-juvenil-1966- 1967 e 1968 e Batista 2 da equipe do Juvenil de 1969 e Dante Bianchi, Equipes juvenil e Aspirantes de 1970, este de nacionalidade argentina;  Carlos Castilho, ex- goleiro da seleção brasileira-1954, 1958, 1962-  e bi-campeão mundial de Futebol de 1958 e 1962 na Suécia e no Chile, respectivamente; Jorge Vieira e Alfredo Gonzalez já na Equipe Profissional. Os quatro últimos, todos treinadores de grandes equipes do Brasil, Portugal e Argentina nas décadas de 1960, 1970 e 1980, foram também ex-atletas destes países. Também agradeço aos preparadores físicos, o Capitão e posteriormente Major da Polícia Militar de Pernambuco Adelson Wanderley e Rubens Catunda.

     Minha gratidão ao Sport Clube do Recife, que foi "minha casa", onde lá treinava e me preparava diariamente desde os treze anos, quando iniciei nas categorias de base de futebol. Tenho profundo respeito e gratidão por esta agremiação. Lá complementei minha formação familiar; educacional dos Colégio Salesiano e Americano Batista, e cívica com a Prestação do Serviço Militar no Exército Brasileiro. O Sport Club do Recife foi, para mim, muito mais que um Clube de Futebol Profissional. Foi uma Escola. Aprendi valores de formação do caráter e respeito a mim mesmo e aos outros. Formei grandes amigos. Os Esportes, quaisquer que sejam, mais importante do que títulos, honras e glórias, pois tudo isto passa, formam cidadãos e cidadãs de bem, respeitosos e de caráter para a sociedade em que vivem. Ensinam a disciplina, hierarquia, a competir, a ter foco e renúncia para atingir objetivos. Ensinam que, se você se prepara poderá  ganhar, mas se não se prepara, não treina para competir, tem grandes chances de perder. Os esportes, quaisquer que sejam,  servem de modelos de excelência para as atividades da vida. 
   Gostaria também de ter informações destes excelentes atletas e amigos de longo convívio em inúmeros treinos, jogos e concentrações onde, nas experiências vividas ao longo de anos, neste momentos, e foram muitas, de fortíssimo cunho emocional, são formados grandes, verdadeiros e inesquecíveis laços da amizade que nos acompanham por toda a vida.  Recife, Pernambuco, 1970.

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